[Projetor] Até o Último Homem
Na nossa era pós duas grandes guerras e aparentemente um "período de paz" - se descontarmos ameaças de guerras aqui no Ocidente e as que já ocorrem no Oriente desde os anos 70 mais ou menos - é visível que o nosso estilo de vida é aconchegante se comparado com outras gerações. O aconchego gera o comodismo que leva a uma letargia e indiferença aos males do mundo.
Sendo assim, filmes como Até o Último Homem (2016) ambientados na Segunda Guerra Mundial durante a sangrenta batalha de Okinawa é um remédio para a nossa letargia moderna, assim como outros filmes do gênero como por exemplo Sniper Americano (2014). O longa conta a história, baseado em fatos reais, de Desmond Doss (Andrew Garfield) o filho mais novo de uma família com dois irmãos que resolve se alistar no Exército Americano durante a Campanha do Pacífico. Porém com uma particularidade que acarretará em muitos problemas para ele no futuro: ele não deseja utilizar armas.
Aos poucos durante o filme se apresenta as razões principais de Doss, sendo uma delas - razões religiosas e de consciência - que mais escandaliza os outros personagens e acredito que até mesmo alguns telespectadores. É difícil para o homem moderno e pós moderno aceitar que ainda existam pessoas que não abrem mão de suas fé mesmo nas situações mais extremas da vida. Enquanto que tudo está muito relativo e as pessoas mudam mais de convicções como que mudam de roupa, ter valores morais fincados na rocha é motivo de piada - e Doss sofre isto na pele, literalmente.
O romance entre Doss e Dorothy Schutte (Teresa Palmer) alivia um pouco a tensão do filme virando um contraste grande com o sofrimento do personagem com na guerra e com a própria família, em especial seu pai um veterano da Primeira Guerra, Tom Doss (Hugo Weaving). No fim de contas, tanto Dorothy quanto Tom se unem em apoiar Doss no Exército.
Assim finaliza a primeira parte do filme, enquanto que a segunda nós vemos os horrores da guerra em si. A batalha de Okinawa também é retratada de forma magistral na minissérie The Pacific e ambos se concentraram em mostrar a crueldade do conflito, mas de forma diferente pelos seus formatos. O sentimento de derrota no exército americano antes de fato conquistar o monte Hacksaw Ridge é apaziguado pelo heroísmo de Doss, provando a máxima de que aquele que às vezes parece ser o mais fraco, pode ser o mais forte e valente de todos.
Particularmente eu fiquei contente pelos ângulos de câmera terem sido bem administrados para se conseguir entender o que ocorria, sendo a pedra no sapato de diretores em filmes de guerra, mas percebe-se a experiência de Gibson na função.
Particularmente eu fiquei contente pelos ângulos de câmera terem sido bem administrados para se conseguir entender o que ocorria, sendo a pedra no sapato de diretores em filmes de guerra, mas percebe-se a experiência de Gibson na função.
Não ter medo de sacrificar a própria vida em prol do outro parece ser um conceito ultrapassado, mas nunca antes se fez necessário como hoje. Até o Último Homem é um lembrete que sem a piedade nossa de cada dia, o mundo só tenderá a ficar muito pior do que já está.
O filme no último domingo faturou duas estatuetas do Oscar em Mixagem de Som e Edição.
O filme no último domingo faturou duas estatuetas do Oscar em Mixagem de Som e Edição.
Título: Hacksaw Ridge
Ano: 2016
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Robert Schenkka e Andrew Knight
Gênero: Drama, Guerra
País: Austrália e EUA
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