Anne of Green Gables: Os Filmes por Kevin Sullivan (Parte I)
Esse post faz parte do especial Anne of Green Gables no Instagram e aqui no blog. Se você deseja conhecer mais o universo da Anne, não deixe de acompanhar.
Quando se fala de adaptações de Anne of Green Gables de Lucy M. Montgomery lembramos apenas da série do Netlfix, Anne with an E por ser mais recente e por ter apresentando a Anne para muita gente (comecei a ver e eu tenho lá minhas dúvidas se podemos chamar a série de adaptação, muito menos releitura... mas fica para outro post). Porém, os filmes do Kevin Sullivan não podem ser esquecidos.
O amor dos canadenses e do resto dos países de língua inglesa pela doce Anne Shirley não é algo pequeno, mas que infelizmente nós brasileiros e falantes de língua portuguesa no geral (como sempre...) ficamos excluídos de conhecer a querida personagem por décadas, e somente agora há uma tradução das obras da Montgomery, após a estréia da série no Netflix.
Contudo, lá nos anos 80, a TV canadense CBC produziu uma série de filmes baseados na obra da ilustre escritora com direção e roteiro de Kevin Sullivan e Joe Wiesenfeld. Mesmo com pequenas alterações, que achei muito bem vindas, o primeiro filme segue os acontecimentos do primeiro livro, com cenas "extras" do passado de Anne antes dela ser adotada pelo casal de irmãos Marilla e Matthew Cuthbert.
O que me chamou a atenção logo nos primeiros minutos do filme — que tem 3h — foi a delicadeza da produção em retratar esse sofrimento da Anne por sua orfandade, além dos outros acontecimentos tristes que ocorrem no curso da história do primeiro livro. Os dramas e as alegrias de Anne por seu novo lar, novos amigos e as enrascadas que ela se mete são muito bem balanceados, seguindo o mesmo tom narrativo da obra original, ou seja, o filme também conseguiu a proeza de fazer rir e chorar. A maioria das alterações que os roteiristas incluíram, como a idade da Anne, por exemplo (no filme ela tem 13 enquanto o livro começa com ela tendo 11) e em especial o entendimento entre ela e o Gilbert, que difere um pouco do que ocorre no original, não são incômodas e se encaixam bem no final do filme.
Aliás, ver os personagens que imaginei tão bem retratos na tela me deixou sorrindo que nem uma bobona o filme inteiro. Megan Follows, a atriz que encarnou a Anne te conquista já nas primeiras cenas, mas os momentos icônicos da história que eu estava muito ansiosa para ver como adaptaram, foram os minutos que ela me conquistou de vez, sem mencionar o relacionamento doce, quase pai e filha dela para com o Matthew. Jonathan Crombie que encarnou o handsomeboy Gilbert Blythe rouba a cena muitas vezes — a minha favorita com ele, tanto do livro quanto do filme, é a cena do lago, pois ela retrata perfeitamente a personalidade do Gilbert e a dinâmica dele com a Anne. Ele e a Megan conseguiram passar de forma encantadora o relacionamento conturbado/engraçado/fofo dos dois.
Há duas cenas originais do filme envolvendo o Gilbert e a Anne com a Marilla que eu achei uma forma bem simples e delicada de mostrar que o tempo passou e os dois não eram mais crianças; ou seja, as regras de etiqueta entre moças e rapazes começaram também a valer para eles. O jeito da Marilla no diálogo com a Anne apenas aludindo o assunto, tentando não constrangê-la, mas mostrando o carinho maternal que nutre por ela, mostra uma evolução da personagem e do relacionamento de ambas que vemos apenas alusões discretas no livro.
O relacionamento da Anne com a Diana Barry, a melhor amiga da nossa heroína, ganha bastante destaque no filme, o que rende as cenas mais engraçadas, com toda aquela inocência das brincadeiras de infância. Com elas adolescentes vemos uma alteração do original sobre o interesse amoroso da Diana, dando o gancho para o segundo filme, mas que eu não sei dizer se gostei de fato da mudança...bem, não posso falar sem dar spoilers.
Eu gostaria de ter visto mais dos amigos da Anne, além da "bosom friend" Diana, como o capítulo do The Story Club do livro onde vemos mais dos outros personagens como a Jane Andrews, Ruby Gillis e cia limitada que aparecem bem pouco no filme. Mas entendo que para isso ele se esticaria mais ainda e bateria o recorde de Dança com Lobos rs! Pode ser que no 2º elas apareçam mais, já que há um enredo muito importante em Anne of Avonlea envolvendo os amigos da Anne e quase toda a trupe dos ex-companheiros de sala dela.
O filme é o primeiro de uma quadrologia, que em parte segue a história original da Montgomery, adaptadas e dirigidas por Sullivan. Por enquanto, o primeiro filme me agradou demais e o saldo foi muito positivo. Recomendo o filme tanto para quem já leu os livros, mas não conhece a adaptação, tanto para aqueles que nunca tiveram contato com a obra da Montgomery pela sua fidelidade e respeito ao material original.
Há duas cenas originais do filme envolvendo o Gilbert e a Anne com a Marilla que eu achei uma forma bem simples e delicada de mostrar que o tempo passou e os dois não eram mais crianças; ou seja, as regras de etiqueta entre moças e rapazes começaram também a valer para eles. O jeito da Marilla no diálogo com a Anne apenas aludindo o assunto, tentando não constrangê-la, mas mostrando o carinho maternal que nutre por ela, mostra uma evolução da personagem e do relacionamento de ambas que vemos apenas alusões discretas no livro.
O relacionamento da Anne com a Diana Barry, a melhor amiga da nossa heroína, ganha bastante destaque no filme, o que rende as cenas mais engraçadas, com toda aquela inocência das brincadeiras de infância. Com elas adolescentes vemos uma alteração do original sobre o interesse amoroso da Diana, dando o gancho para o segundo filme, mas que eu não sei dizer se gostei de fato da mudança...bem, não posso falar sem dar spoilers.
Eu gostaria de ter visto mais dos amigos da Anne, além da "bosom friend" Diana, como o capítulo do The Story Club do livro onde vemos mais dos outros personagens como a Jane Andrews, Ruby Gillis e cia limitada que aparecem bem pouco no filme. Mas entendo que para isso ele se esticaria mais ainda e bateria o recorde de Dança com Lobos rs! Pode ser que no 2º elas apareçam mais, já que há um enredo muito importante em Anne of Avonlea envolvendo os amigos da Anne e quase toda a trupe dos ex-companheiros de sala dela.
O filme é o primeiro de uma quadrologia, que em parte segue a história original da Montgomery, adaptadas e dirigidas por Sullivan. Por enquanto, o primeiro filme me agradou demais e o saldo foi muito positivo. Recomendo o filme tanto para quem já leu os livros, mas não conhece a adaptação, tanto para aqueles que nunca tiveram contato com a obra da Montgomery pela sua fidelidade e respeito ao material original.
2 comentários
Gostaria de saber qual meohor tradução de Anne. Queria muito que minha pequena leitora lesse. Indicas algum?
ResponderExcluirOlá, Cínthya, isso é um pouco complicado porque há muitas traduções agora no mercado e fica difícil cotejar todas. Mas recomendo 2 que já tive contato e gostei muito: a da editora Pedrazul e o da Martins Fontes.
ExcluirOlá. Lembre-se da cordialidade e do respeito. Qualquer comentário desrespeitoso para com a autora ou com terceiros será excluído.
Obrigada.